segunda-feira, 22 de julho de 2013

A Pérola e a Ostra


“A deformidade do corpo não deixa feia uma bela alma, mas a formosura da alma reflete-se no corpo.” Sêneca. O final de todos nós é a morte física, e o contraste entre a morte física e a morte espiritual é o que pretendo aqui divagar. 

Nos cultivares de pérolas espalhados pelo mundo, podemos observar o pouco cuidado com a ostra (casca) em si e a preocupação e o cuidado com a pérola, que irá enfeitar os pescoços de muitas mulheres espalhadas pela face da Terra. A pérola, em contraste com a casca pouco valorizada e fadada a ser dispensada como um “lixo” praticamente sem valor, brilha e é almejada por muitos inclusive reis e rainhas pelo mundo. Essa distinção entre o valioso e o sem valor é a mesma para a nossa vida, pois o corpo estendido e sem vida, exposto aos familiares e amigos como a última despedida antes de ser enterrado ou cremado, nada mais é do que a ostra que abrigou a linda pérola. Mas, o que o Rei dos Reis busca em nós? Esse corpo corruptível? Ou Ele anseia pela “pérola” dentro de nós, nossa alma, que assim como a pérola, é transformada no âmago do nosso ser. Ela deve ser burilada e transformada dia após dia para que mais tarde, ao sair de dentro da ostra, esteja revestida do brilho que vem do Pai e possa enfeitar a coroa de Jesus. Como está escrito na Bíblia em I Cor 15:53-54: “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.

E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte pela vitória”.

Jesus deixou claro que no mundo teríamos aflições, e essas aflições nos fazem mal muitas vezes, machucando, doendo e incomodando. Mas, é interessante que quando decidimos entregar nossa alma a Jesus, esses “incômodos interiores” vão metamorfoseando uma alma sem brilho e perdida em algo belo e desejável pelo Rei dos Reis. O surgimento da pérola no interior da ostra se deve ao sofrimento que ela passa para transformar um grão de areia que a machuca. Ela começa a produzir uma substância chamada nácar e com ela vai cobrindo as imperfeiçoes desse grão de areia “ingrato” e cheio de pontas e saliências em algo liso e redondo que já não lhe causa mais sofrimento. Ela não morre pelo sofrimento imposto pelo grão de areia, mas sim transforma esse infortúnio em algo desejável e valioso. Nossa vida é assim também, com “grãos de areias” monstruosos que nos fazem querer desistir, porém, quando entendemos que o que temos de cultivar e preservar não é o corpo e esse pequeno tempo na Terra, mas é a alma perolada, desejada por Jesus que, incorruptível, transcende a qualquer conhecimento e imaginação possível sobre a eternidade, nessa hora, ao atingirmos esse entendimento, seremos pérolas adoradoras tão buscadas pelo Pai, como está em João 4:23: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem"

Quando somos impactados pelo amor de Jesus, entendemos que temos de amar e buscar de todo o nosso coração. Percebemos que o que temos de procurar é a beleza do amor de Deus em nós para polirmos nossa alma dia após dia revestindo de “nácar celestial” todas as imperfeições e aflições que temos aqui nesse mundo. Aprendendo com a ostra a conviver com as dificuldades, muitas vezes, pelas nossas limitações, transformadas em nossas mentes em coisas maiores do que elas realmente são, porém, embora muitas continuem lá, elas já não nos afetarão, pois sabemos que o corpo padecerá, mas a alma que encontra Jesus, essa brilhará e viverá para sempre. Temos uma escolha a fazer aqui na Terra: amar mais o nosso corpo (a ostra) ou a alma que, como a pérola, tem grande valor. Que possamos distinguir sempre a finitude do corpo e a eternidade da pérola.

“O amor é a asa veloz que Deus deu à alma para que ela voe até o céu.”

Michelangelo

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